Photo Credit: Mauricio Santana – Women’s Forum 2014
A pergunta foi o foco do Fórum de Mulheres realizado este ano nos dias 26 e 27 de maio, em São Paulo, Brasil. Em um país movimentado com a Copa do Mundo e se preparando para eleições presidenciais, o tema ‘Criar uma Economia Próspera para Todos’ foi bastante propício. Mais de quinhentos homens e mulheres participantes, entre políticos, empresários, membros da sociedade civil e acadêmicos de todos os cantos do Brasil, de países da América Latina, dos Estados Unidos e da Europa se reuniram para colocar em pauta – e no centro do palco – a questão da plena participação das mulheres na economia e na sociedade. O cenário foi bastante adequado: um país em que as mulheres conquistaram grandes avanços e cada vez mais estão em posições de destaque. Do mais alto cargo - da Presidente do país - e em todos os setores da socidade e da economia, as mulheres estão atuantes e continuam a assumir cargos de liderança, com muitos bons exemplos presentes nas sessões plenárias e durante todo o evento.
O Fórum foi de fato próspero e marcante. Começou com um apelo pela libertação das estudantes Nigerianas sequestradas seguido da palestra de abertura, dada pela Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, focando na conquista da autonomia econômica para as mulheres no Brasil e em iniciativas como a campanha “Eu Ligo” pelo fim da violência contra as mulheres.
As sessões plenárias e painéis que se seguiram, todos compostos de brilhantes exemplos de mulheres em posições de destaque e de liderança em empresas brasileiras e internacionais, pequenas e médias empresas e no governo e na sociedade civil, como a presidente da Boeing Brasil, a presidente da companhia aérea TAM, a presidente do Fórum de Mulheres e a diretora para Mulheres e Crianças da Clinton Global Initiative, abordaram temas relevantes como negócios e direitos humanos, casamento, machismo, e investimento social em mulheres, incentivando talentos, entre outros.
Nos diferentes painéis e nas conversas informais nos intervalos, o duplo enfoque no empoderamento das mulheres e na criação de um ambiente institucional e regulatório mais favorável para as mulheres esteve sempre presente. Como parte das discussões, o projeto Mulheres, Empresas e o Direito (Women, Business and the Law) do Grupo Banco Mundial apresentou dados sobre desigualdades ainda existentes na capacidade jurídica e nos direitos de propriedade das mulheres casadas no painel "Casamento e crescimento profissional", mostrando como a legislação afeta as perspectivas econômicas das mulheres. A International Finance Corporation (IFC), membro do Banco Mundial, também apresentou o relatório Investing in Women’s Employment Good for Business, Good for Development como parte do painel "Incentivando talentos: dinheiro nem sempre é decisivo", destacando o estudo de caso Odebrecht, um cliente da IFC e membro da parceria do Banco Mundial com o setor privado para investir no trabalho feminino (WINvest – Investir na Mulher). “Acreditar”, um programa de desenvolvimento de competências, tem sido responsável por um aumento significativo da proporção de mulheres nas equipes de obras.
Nesses dois dias, as discussões centraram-se em temas vinculados à participação da mulher na sociedade e na economia, nos obstáculos e oportunidades para a carreira das mulheres e suas perspectivas de negócios, e em como a liderança das mulheres pode contribuir para um “Crescimento Próspero para Todos”. E as mulheres demonstraram que estão empenhadas em garantir seu espaço para se manifestar e alcançar níveis cada vez mais altos de liderança. Em um país que já avançou muito na conquista pela igualdade de gênero, ainda é preciso fazer mais. A questão fundamental do que é necessário para aumentar a participação da mulher no ecosistema social e econômico permeou o evento, que foi encerrado com um chamado à promoção da diversidade de gêneros e conscientização da desigualdade ainda existente no ambiente de trabalho.
Photo Credit: Daniel Vorley – Women’s Forum 2014
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