O desafio do século
A pandemia da COVID-19 (coronavírus) tem levado os governos de todo o mundo a enfrentarem desafios sem precedentes e até aqui desconhecidos. Os líderes de toda a África, incluindo na África do Sul e na Nigéria, as maiores economias da África Subsaariana, tiveram de tomar decisões importantes para navegar através de uma dupla crise de saúde pública e crise económica ao longo de 2020 e 2021. Não tinham um manual para muitas das escolhas que tiveram de fazer. Ninguém tinha antes passado por isso.
As pessoas que tinham como missão aconselhar os presidentes enfrentaram uma tarefa igualmente assustadora. Como é possível dar o melhor aconselhamento possível nestas condições? Tal como o resto do mundo, os governos africanos tinham poucos antecedentes em que se basear para a formulação de opções de política económica. E as abordagens que estão a ser implementadas na Ásia e na Europa podem não ser adequadas às condições e constrangimentos específicos que enfrentaram nos seus países. E como é que o Banco Mundial pode ajudar?
O que era necessário era uma forma de reunir os seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, recorrer a especialistas externos para ter rapidamente uma visão do que sabíamos sobre a pandemia. Proporcionar um lugar onde estes conselheiros pudessem trocar opiniões entre si e obter feedback sobre as suas abordagens aos desafios únicos que a pandemia estava a gerar.
Assim, quando os principais conselheiros económicos do Presidente da África do Sul e da Nigéria, juntamente com outros 40 países africanos, precisaram de reunir conhecimentos e obter visões críticas e feedback sobre as suas abordagens à pandemia e respostas económicas, recorreram a rede Chief Economists of Government (CEoG), uma iniciativa do Escritório Africano do Economista-Chefe do Banco Mundial. Esta rede é composta pelos principais conselheiros económicos dos chefes do executivo de mais de 40 dos 48 países da África Subsaariana.
Desde março de 2020, esses conselheiros económicos principais têm-se reunido a cada poucas semanas durante toda a pandemia, através de reuniões virtuais convocadas pelo Banco Mundial. Estas reuniões têm proporcionado um espaço seguro para discutir questões difíceis e obter feedback dos colegas sobre as questões do dia que estão a enfrentar.
CEoG: A rede Africana para abordar os problemas da África
A iniciativa dos Economistas-Chefes do Governo visa promover o crescimento económico e a transformação através do reforço da elaboração de políticas baseadas no conhecimento nos países africanos. Foi iniciada pelo Gabinete dos Economistas Chefes de África, reconhecendo a ausência de apoio e intercâmbio entre pares para este grupo especial de indivíduos, que estão encarregues de aconselhar o Presidente ou o Primeiro-Ministro dos seus países sobre assuntos económicos críticos.
Sem saber que a pandemia da COVID-19 estava ao virar da esquina, a rede foi lançada em Fevereiro de 2019 com um evento inaugural na Universidade de Oxford, reunindo a rede dos principais conselheiros económicos africanos, e ligando-os aos que tinham desempenhado esse papel no passado, tanto em África como noutros países como a Malásia.
Então, a COVID-19 atacou. No entanto, uma crise torna-se muitas vezes numa oportunidade: quando os primeiros governos africanos começaram a implementar medidas de resposta à COVID-19, a CEoG começou a organizar webinars regulares de aprendizagem entre pares, oferecendo aos conselheiros um espaço para partilharem as medidas de resposta à pandemia e os planos de recuperação económica dos seus países, discutir e receber feedback sobre incentivos ao investimento ou estratégias de mitigação e adaptação climática, e reunirem-se para discutir, formular e chegar a acordo sobre contributos específicos para a Declaração de Abidjan, que pedia aos doadores da AID que apoiassem o ambicioso reabastecimento da IDA20 – com sucesso! Transparência, confiança e flexibilidade permitiram que esta rede orientada pela procura fosse propriedade dos seus membros, que puderam escolher os tópicos e fazer pedidos à participação de especialistas externos.
Os membros da CEoG englobam economias que totalizam quase dois triliões de dólares americanos com economias típicas de quase 40 mil milhões de dólares e rendimentos per capita de quase US$2.500. O objetivo é que a rede CEoG facilite um crescimento económico mais rápido e a transformação dos seus países membros.
Ao longo da pandemia e no futuro, o Secretariado da CEoG continua a organizar workshops temáticos e eventos virtuais de aprendizagem entre pares para os conselheiros. Os conselheiros também identificarão desafios específicos para os quais possa ser útil um apoio adicional. Por exemplo, quando o membro da nossa rede da República Democrática do Congo (RDC) foi encarregado de formular um plano para reduzir a dolarização da economia da RDC, recorreu à rede CEoG para ajudar a reunir outros conselheiros e especialistas para ajudar a partilhar ideias que pudessem contribuir para os esforços de desdolarização do país.
O futuro
A rede reúne agora regularmente os principais conselheiros económicos de quase todos os países da região da África Subsaariana. Este ano a rede está a lançar o programa CEoG Presidential Fellowship, para dar aos mais talentosos economistas africanos a oportunidade de trabalharem nos mais altos níveis de governo em toda a região.
Para apoiar os futuros conselheiros económicos principais, a rede também está a documentar as experiências dos conselheiros da presidência, antigos e atuais, para criar um guia das experiências associadas a este trabalho único e desafiador.
Convidamo-lo(a) a saber mais sobre a rede CEoG.
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