Primeiro emprego: um sonho distante para milhões de jovens brasileiros

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Estudantes participam de feira de emprego jovem em Brasília. 

Você é jovem e está procurando emprego? Quais as maiores dificuldades que você tem enfrentado?
 
Muitos jovens no Brasil têm dificuldade de encontrar um trabalho em que suas qualificações se encaixem. Tampouco é fácil encontrar oportunidades de adquirir as competências e experiências demandadas pelos empregadores. Mas há uma boa notícia: ajustes simples nos programas governamentais já existentes poderiam ser feitos para conectar melhor os jovens ao mercado de trabalho, segundo o novo relatório do Banco Mundial “Sustentando Melhorias no Emprego e nos Salários no Brasil”.
 
O relatório afirma que os mercados de trabalho formais tiveram ótimo desempenho nos últimos 15 anos, e foram o fator mais importante para a redução da pobreza e da desigualdade no Brasil. Para o futuro, é fundamental dar mais eficiência aos programas e políticas já existentes (como o Pronatec, o Sistema Nacional de Emprego-SINE e os serviços de apoio ao empreendedorismo individual) para que as melhorias alcançadas se mantenham. O relatório traz sugestões para debate em diversas áreas:
 
• Incentivar as empresas a cumprir as cotas da Lei do Aprendiz, já que até o momento as empresas contrataram apenas 23% do número potencial de aprendizes determinado pela Lei. Um melhor uso da Lei do Aprendiz pode ampliar as experiências dos jovens no local de trabalho.
 
• Promover mudanças no SINE para ligar melhor os candidatos a empregos, por meio da introdução de categorias por perfis específicos de candidatos e da busca ativa por empresas que contratam trabalhadores pouco qualificados, por exemplo.
 
• Melhorar a coordenação entre programas de apoio ao empreendedorismo, ligando programas de apoio financeiros e não financeiros (por exemplo, vinculando linhas de microcrédito à assistência técnica com planos de negócios); e revisando e consolidando programas fragmentados, para melhorar sua eficiência.
 
Garantir que os sistemas de monitoramento e avaliação forneçam dados suficientes sobre as taxas de colocação profissional do SINE, sobre os resultados de empregabilidade e aumento de salário dos jovens que foram capacitados, e sobre a sobrevivência das micro e pequenas empresas, para que os programas possam ser expandidos e ajustados com base em dados concretos.
 
Promover parcerias com o setor privado, para por um lado ampliar oportunidades de estágios e experiência prática no local de trabalho para quem está recebendo formação profissional, e por outro entender melhor as necessidades das empresas em termos de perfis de profissionais e capacidades específicas que buscam.
 
Inserir nos cursos de capacitação técnica módulos de formação em habilidades socioemocionais como trabalho em equipe, liderança, autoconfiança e perseverança, para facilitar a transição dos jovens da escola para o emprego e aumentar a empregabilidade dos jovens, em especial dos desfavorecidos.
 
Oferecer orientação profissional  para apoiar a transição dos jovens da escola para o trabalho, bem como a recolocação em outros cargos e setores de alunos que já foram capacitados.
 
Dessa forma, muito mais jovens terão a oportunidade de conseguir o sonhado primeiro trabalho, e mais pessoas conquistarão acesso a empregos de qualidade. 

Autores

Rita Almeida

Manager, Education Global Practice, Europe & Central Asia

Julia Loureiro

Consultora do Banco Mundial na área de proteção social e trabalho

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