Melhorar a qualidade da educação em Moçambique é tarefa de todos

A educação é essencial para o sucesso de qualquer pessoa e para o crescimento de qualquer país. Moçambique tem trabalhado arduamente para melhorar a educação, como parte dos seus planos de desenvolvimento. Em 2018, o governo alterou as suas leis para garantir que todas as crianças pudessem frequentar a escola gratuitamente até à nona classe e tornou o ensino pré-escolar uma parte oficial da educação. Isto mostra que o país leva a sério a ideia de dar a mais crianças a oportunidade de obter uma boa educação.

Mas mesmo com estas mudanças, ainda existem muitos desafios com a qualidade da educação. Muitos estudantes, especialmente nas regiões norte e centro do país, não têm um bom desempenho escolar. Menos de metade dos alunos termina o ensino primário e as raparigas têm maior probabilidade de abandonar os estudos do que os rapazes . No final da terceira classe, apenas 5% das crianças conseguem ler e compreender um texto simples.

O Banco Mundial e os seus parceiros estão a ajudar Moçambique a resolver estas questões. Fazemo-lo através de projectos, pesquisas e diálogo político. O Banco Mundial apoia o sistema educativo de Moçambique em todas as fases da vida dos estudantes, desde a primeira infância até à idade adulta, quando os jovens adquirem competências profissionalizantes ou ingressam na universidade. Para garantir que isto funcione, Moçambique precisa de professores bem capacitados e entusiasmados com o ensino, de escolas que sejam lugares bons e seguros para aprender, e de livros e outros materiais para que as crianças sejam instruídas.

Por que os livros didáticos são importantes e como obtê-los

A leitura é crucial para aprender e adquirir conhecimento, estabelecendo as bases para a jornada educacional de uma criança. É por isso que ter acesso a livros didáticos e outros materiais de leitura é tão importante para o ensino e a aprendizagem, especialmente nos primeiros anos de escolaridade. O uso eficaz dos livros didáticos pode melhorar muito o modo como os alunos aprendem e os seus resultados educacionais. Com um número crescente de estudantes, é vital que os livros didáticos sejam acessíveis para que mais crianças possam beneficiar deles.

Para enfrentar estes desafios, o Banco Mundial associou-se ao Ministério da Educação de Moçambique e a outros parceiros no Fundo do Sector da Educação (FASE). Juntos, temos explorado as melhores formas de levar mais livros às escolas. Inicialmente, os esforços centraram-se na redução dos custos dos livros escolares e na mudança de políticas para incentivar a concorrência, separando o desenvolvimento de conteúdos da impressão para aumentar a eficiência. Isto levou a uma queda de 41% nos custos dos livros escolares entre 2008 e 2015, tornando possível fornecer mais livros para apoiar o ensino e a aprendizagem.

A próxima fase visa melhorar ainda mais a forma como os livros didáticos e materiais de aprendizagem são fornecidos, especialmente para as 1ª, 2ª e 3ª classes, no âmbito do Projecto MozLearning, como parte de um programa central para desenvolver competências de alfabetização na língua portuguesa, o Aprender +. Recentemente, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) adoptou uma política de contratação plurianual para a impressão de livros escolares. Isto significa que agora se fazem acordos por três a cinco anos, evitando a necessidade de novas licitações todos os anos. Espera-se que esta abordagem garanta que os livros escolares cheguem atempadamente às escolas, permitindo que o MINEDH se concentre noutras formas de melhorar a qualidade da educação.

Abordagens semelhantes funcionaram bem noutros países, como o Quénia . O planeamento eficaz para cada etapa do processo dos livros escolares – desde a criação de conteúdos até à distribuição dos livros e à sua gestão nas escolas – é crucial para o sucesso, à medida que Moçambique trabalha para implementar estas mudanças.

Olhando além dos livros didáticos

No Banco Mundial, defendemos valores fundamentais como transparência, competitividade e integridade em todos os países com quem trabalhamos. Ao construir parcerias com governos e partes interessadas, o nosso objectivo é criar projectos de educação sustentáveis. Embora o apoio aos manuais escolares seja vital, também estamos envolvidos em muitas outras prioridades educativas, como o aumento da taxa de escolarização, a melhoria da aprendizagem, o aumento da resiliência das escolas ao impacto das alterações climáticas e a promoção da igualdade de género. 

Educação de qualidade envolve todos

Olhando em frente, o Banco Mundial pretende melhorar a educação para todas as crianças. Para tal, é preciso que a sociedade trabalhe como um todo. Queremos falar sobre a importância de uma boa educação, encorajar as pessoas a exigirem um ensino melhor e encorajar os líderes a fazerem as mudanças necessárias. Os nossos principais objectivos incluem formar bem os professores, promover o uso de novas tecnologias nas salas de aula e verificar se os planos acordados de facto funcionam.

As parcerias são fundamentais para alcançar estes objectivos. Por isso, o Banco Mundial está comprometido a ajudar os governos nos seus planos educativos, com uma perspectiva de longo prazo.  Somos parceiros de Moçambique há quatro décadas e, em muitas áreas, vemos progressos, enquanto noutras, observamos a necessidade de apoio contínuo para garantir que os resultados sejam alcançados e sustentáveis.

Garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade exigirá o envolvimento de todos os sectores da sociedade em Moçambique, incluindo o sector privado, a sociedade civil e os pais. Embora ofereçamos apoio e aconselhamento, são os governos que  fazem as coisas acontecer. Estamos comprometidos com a educação em Moçambique no longo prazo, trabalhando arduamente para ajudar a dar a todas as crianças a oportunidade de aceder a uma educação de qualidade, para que possam realizar o seu potencial e tornarem-se participantes activos no desenvolvimento sustentável do país.