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Aproveitar o capital humano e natural para superar desafios em São Tomé e Príncipe

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Aproveitar o capital humano e natural para superar desafios em São Tomé e Príncipe

Durante a minha primeira visita a São Tomé e Príncipe, esta semana, irei reflectir sobre as opções disponíveis para promover a resiliência e desbloquear o potencial do povo santomense. Apesar da imensa beleza natural destas ilhas, São Tomé e Príncipe enfrenta desafios estruturais significativos - muitos dos quais são comuns aos pequenos Estados insulares. A dimensão limitada do arquipélago e a sua população de 220.000 habitantes limitam o desenvolvimento económico em grande escala, resultando numa economia frágil e pouco diversificada. Além disso, o seu isolamento geográfico inflaciona os custos comerciais e aumenta a vulnerabilidade aos choques económicos, enquanto as mudanças climáticas e os fenómenos relacionados com o clima representam ameaças adicionais.

O novo Quadro de Parceria com o País (CPF) para São Tomé e Príncipe, que define o apoio estratégico do Grupo Banco Mundial para os próximos cinco anos, serve de pano de fundo para a minha visita e para o nosso empenho futuro no país. Este quadro visa sectores críticos como a energia,  a área digital, as infra-estruturas e a educação, a fim de fazer face a obstáculos significativos que impedem um crescimento sustentável e inclusivo. Também se centra no reforço da resiliência do país às mudanças climáticas e aos fenómenos meteorológicos extremos, assegurando que São Tomé e Príncipe possa efectivamente aproveitar e beneficiar dos seus abundantes recursos naturais.

A educação destaca-se como uma área crítica para o investimento, especialmente tendo em conta que quase metade da população de São Tomé e Príncipe tem menos de 18 anos. A impressionante taxa de matrícula no ensino secundário do país, de 89%, reflecte um empenho sustentado na educação e no desenvolvimento do capital humano. No entanto, a qualidade da educação ainda é baixa, com fracos resultados de aprendizagem – devido a pobres condições de aprendizagem, de uma gestão ineficiente dos professores e daa direcções das escolas, e de um financiamento inadequado. O foco do governo na educação das raparigas através de iniciativas como o Projecto de Empoderamento das Raparigas e Educação de Qualidade para Todos é crucial para equipar todos os jovens santomenses com competências essenciais para a vida e melhorar os resultados globais de aprendizagem.

Estou também ansiosa por testemunhar o impacto do Programa de Gestão das Áreas Costeiras da África Ocidental (WACA) em algumas das 12 comunidades costeiras que este apoia. Este programa está a ajudar a enfrentar os desafios socioeconómicos e ambientais que tornam os pescadores e as suas famílias particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Dada a susceptibilidade do arquipélago à degradação costeira, às inundações e à subida do nível do mar, anseio conhecer as medidas proactivas que estão a ser tomadas para aumentar a segurança física e económica das comunidades. 

Uma parte significativa da minha visita centrar-se-á no sector da energia, que é vital para a estabilidade e o crescimento económicos. O elevado custo da electricidade em São Tomé e Príncipe, o terceiro mais elevado da África Subsariana, tem um impacto na estabilidade macroeconómica e fiscal, ao mesmo tempo que dificulta o crescimento do sector privado. Estou particularmente interessada em saber o que pode ser feito para ajudar rapidamente São Tomé e Príncipe a avançar para uma combinação de produção de energia mais verde, com o fornecimento de electricidade mais barata. A estabilização do sector da electricidade, através da realização de reformas energéticas e do investimento em infra-estruturas, será crucial para promover um sector privado robusto, gerar emprego e estimular o crescimento económico.

Através destes compromissos, espero reafirmar o empenho do Grupo Banco Mundial em apoiar São Tomé e Príncipe na realização do seu potencial de desenvolvimento. Tirando partido do capital humano e natural e enfrentando desafios críticos, podemos ajudar a garantir um futuro resiliente e próspero para todos os santomenses.

Juntos, com uma parceria forte e uma visão partilhada, podemos ultrapassar os desafios da insularidade e das mudanças climáticas, abrindo caminho para um futuro mais brilhante e sustentável para São Tomé e Príncipe.


Victoria Kwakwa

Vice President, Eastern and Southern Africa

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