O grupo de latino-americanos ainda vulneráveis a cair na pobreza moveu-se tentadoramente próximo ao status de classe média na última década. Os chamados vulneráveis, aqueles que escaparam da pobreza mas ainda não alcançaram a classe média, são o maior grupo sócio-econômico na América Latina. De fato, sua participação na população cresceu ligeiramente (de 35% em 2003 para 37% em 2013). Mais importante, no entanto, é o fato de que suas condições de vida melhoraram significativamente nesse período. A renda dos vulneráveis atualmente é muito mais próxima a da classe média – ainda que seu crescimento não tenha sido suficiente para cruzar a linha que define a fronteira entre elas..
Como mostra o gráfico acima, há uma década, era comum que os vulneráveis tivessem renda que mal os mantivesse acima da linha da pobreza. Em 2013, no entanto, a distribuição de renda havia se deslocado para a direita, colocando a maioria muito mais próxima de alcançar status de classe média.
Essa sutil mudança na distribuição de renda entre os vulneráveis, ilustrada no gráfico acima, é uma evolução importante porém pouco discutida. Ela é particularmente relevante quando pensamos de que maneira a atual desaceleração econômica pode afetar as taxas de pobreza na região. É possível que muitos dos domicílios vulneráveis vejam sua renda afetada. No entanto, eles agora estão mais distantes da linha de pobreza. Isso sugere que as taxas de pobreza podem não aumentar tanto quanto em contrações econômicas anteriores.
Esse fato pode ser de pouco consolo para domicílios que começaram a se beneficiar da mobilidade sócio-econômica. No momento em que esse grupo se aproxima do status de classe média, a desaceleração econômica atinge a região. A pergunta agora é: mesmo que eles não retornem à pobreza, quando conseguirão tornar-se classe média?
Nota: Esse blog é parte da série mensal 'lacfeaturegraph' da equipe do LAC Equity Lab. Para ver posts anteriores clique aqui.
Juntar-se à conversa