Ser jovem na era digital é ser: conectado, actualizado, criativo, capacitado, acompanhar tendências e, sobretudo, usar as plataformas digitais com responsabilidade.
A era digital permite-nos estar em contacto com qualquer pessoa e aceder a uma vasta gama de materiais, conteúdos e informações. Esta expansão de recursos permite-nos melhorar as nossas competências e criar com maior confiança. Além disso, permite o acesso a plataformas globais, oferecendo uma visão de como a tecnologia melhorou a eficiência em vários contextos. Esta informação privilegiada aumenta a nossa eficácia na resolução de problemas e na tomada de decisões.
Comparando com as gerações anteriores, os jovens na era digital têm a possibilidade de empreender pelo digital, o que não só facilita a mobilidade para fornecedores e consumidores de produtos e serviços, como também amplia o acesso a fontes de rendimento. O ambiente digital oferece também um alcance global, por meio da possibilidade de trabalhar de forma remota ou híbrida, diminuindo assim as barreiras geográficas e proporcionando maior flexibilidade e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Além disso, a era digital democratizou o acesso à informação e conhecimento, pois oferece uma vasta gama de cursos online pagos, a baixo custo ou gratuitos, que permite aos jovens adquirirem habilidades e competências de forma contínua e adaptada às suas necessidades. Para tirar o máximo proveito desta oportunidade, é fundamental que os jovens invistam na literacia digital, se mantenham actualizados sobre as tendências do mercado na sua área e utilizem as plataformas online para alargar os seus conhecimentos e a sua rede profissional.
A tecnologia pode impulsionar o desenvolvimento sustentável em África ao facilitar o acesso à educação e consciencialização sobre a gestão de resíduos e a monitorização ambiental, essenciais para a preservação da biodiversidade; e viabilizar a implementação de políticas que incentivam a reutilização, o uso de energias renováveis e o crescimento de economias verde, criativa e colaborativa, que priorizam o acesso em vez da posse.
A tecnologia pode ajudar os jovens africanos a superarem desafios do continente, pois proporciona acesso, condição essencial para o desenvolvimento. Primeiro, o acesso à informação que é crucial para aumentar o repertório dos jovens e permitir-lhes criar soluções aplicáveis aos contextos locais. Por outra, o acesso aos avanços tecnológicos nas ciências sociais e da saúde facilitam a implementação de projectos e programas que abordam problemas críticos no continente, como o saneamento básico. A educação online, outra valência da tecnologia que permite-nos adquirir habilidades e competências de forma autodidata, especialmente para aqueles que não possuem capacidade financeira para uma educação formal. Além disso, a tecnologia abre portas para oportunidades de emprego, redes de apoio, suporte de carreira e bolsas de estudo, e cria um ambiente mais inclusivo e de maior mobilidade social. Por último, a tecnologia permite-nos promover a cidadania e o apoio comunitário, ao proporcionar uma melhor compreensão das realidades vividas no continente. Isto incentiva a participação activa dos jovens na construção de soluções para os desafios que enfrentamos.
Para que os jovens africanos estejam ao pé de igualdade dos jovens de outras geografias mais desenvolvidas, devem desenvolver habilidades em Alfabetização em Dados e Cibersegurança. Competências como estas permitem-nos resolver problemas de forma lógica e sistemática, ao mesmo tempo que estamos conscientes dos riscos online e temos a capacidade de proteger os nossos dados e dispositivos. Por outro lado, competências como o design e o marketing digital, aliadas à capacidade de interpretar dados e um nível avançado de cibersegurança, tornam-se uma combinação de competências relevantes que ajudarão os jovens africanos a tornarem-se mais competitivos.
A colaboração entre criadores de conteúdo e organizações sustentáveis é outro itém que deve aqui ser destacado, pois podem fortalecer o impacto digital em causas ambientais e sociais. As organizações, por sua vez, devem aproveitar o poder de influência desses criadores de conteúdo para fortalecer a divulgação dos seus programas de protecção ambiental. A necessidade de intensificar esses esforços é evidente, e a era digital oferece as ferramentas necessárias para transformar o futuro das iniciativas sustentáveis.
Actualmente, a tecnologia é quase inevitável na vida humana e, graças a ela, as iniciativas sustentáveis estão a tornar-se mais eficientes. Temos agora campanhas publicitárias 100% digitais sem necessidade de materiais impressos, bem como painéis solares que nos permitem gerar energia “limpa” em grande escala. Estas e outras inciativas têm definido e impactado a vida humana, e marcando o percurso para um futuro mais promissor e sustentável. Contudo, ainda há muito a ser feito em termos de campanhas e acções para aumentar a consciencialização sobre esses temas essenciais.
Em Angola já há várias iniciativas juvenis que estão a utilizar a inovação tecnológica para avançar em causas sustentáveis, com destaque para:
Menos Lixo: uma plataforma online que promove interacção entre os agentes de produção, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos, com um programa de educação ambiental que realiza eventos no âmbito da sustentabilidade ambiental e social. A mesma compreende uma base de dados de artigos para doação, troca, venda e compra.
EcoAngola: uma organização dedicada à promoção da sustentabilidade e protecção ambiental em Angola que integra a tecnologia como um componente essencial das suas estratégias, monitoramento e mapeamento de ecossistemas, além do uso de plataformas digitais para promover a consciencialização e engajamento com a comunidade em práticas ecológicas.
Global Shapers Angola: como uma associação da Global Shapers Community, os membros desta associação estão dedicados a contribuir para a criação e implementação de iniciativas, e a materialização de soluções sustentáveis nas comunidades urbanas e rurais em Angola. Com a plataforma Toplink, os membros da comunidade interagem internacionalmente e desenvolvem projectos, sendo que o Shaper Talks é usado para diálogos entre os membros da comunidade local e o público.
Narisrec: uma empresa angolana que utiliza tecnologias avançadas para a recolha, transformação e gestão de resíduos electrónicos, com uma abordagem que contribui não só para a preservação do meio ambiente, mas também promove práticas sustentáveis, como a reutilização, reparação e reciclagem. Nos anos de 2021 e 2022, a Narisrec venceu o concurso AFDDigitalChallange com o projecto Binewaste e foi reconhecida como uma das 10 melhores startups de África.
Associação Nação Verde: uma iniciativa que trabalha para minimizar o impacto humano nas alterações climáticas, promovendo assim a logística reversa e economia circular. Com a distribuição de Ecopontos, esta iniciativa incentiva a recolha selectiva, proporcionando melhores condições para os catadores que fazem reaproveitamento dos resíduos para fins comerciais. O uso de ferramentas tecnológicas, como meios de comunicação digitais facilitam o engajamento com a comunidade, fortalecem as suas iniciativas e ampliam o seu impacto na conservação ambiental.
Outra referência é a Comunidade Let’s Talk Digital (Beer Tour), um evento que promove a troca de conhecimento sobre temas diversos e explora as principais tendências que moldam o futuro, destacando-se como um espaço de aprendizagem e inovação.
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