Manter reuniões virtuais é o novo normal. Moderar uma mesa redonda virtual vestida de uma t-shirt e um chitenge?Isso também passou a ser normal, acho eu.
Foi exactamente assim que eu estava vestida, enquanto moderava recentemente uma mesa redonda com a minha co-moderadora Pretty Thogo, directora de operações da Aliança da Juventude para a Liderança e Desenvolvimento em África (YALDA). Mais de 100 jovens Africanos, da Nigéria à Etiópia, do Togo ao Congo, do Gana ao Botsuana, juntaram-se a nós a partir do conforto das suas casas para participarem na primeira mesa redonda World Bank Africa Youth Transforming Africa (A Juventude na Transformação de África - Banco Mundial África) -YALDA para saber mais sobre a COVID-19 (coronavírus) e como nós, como jovens africanos, podemos identificar fontes de informações sobre saúde fiáveis na internet.
À medida que o número de infecções com a COVID-19 continua a aumentar em África, estamos preocupados com a pandemia e o seu impacto nos nossos países. Para que a juventude de África possa fazer parte da solução, precisamos de adquirir o conhecimento necessário. É por isso que estas mesas redondas são uma plataforma para que os jovens Africanos aprendam uns como os outros e partilharem as informações certas.
Lembro-me de ler sobre a COVID-19 num site de comunicação social local em Janeiro, e o vírus parecia estar muito longe de Lusaca, e ainda mais longe da minha área residencial. E foi assim até uma Quarta-feira de Março, quando o nosso Ministro da Saúde anunciou os dois primeiros casos de COVID-19 na Zâmbia. Lembro-me como a vida mudou radicalmente nessa semana, de ver muitas crianças a irem para a escola com os seus uniformes para não ver nenhuma criança a ir à escola. Desde trabalhar com outras pessoas no escritório, para passar a trabalhar sozinha em casa. De ter reuniões sentada numa sala com os outros participantes, para passar a ter apenas reuniões online.
Enquanto todas estas mudanças ocorriam, eu estava preocupada com muitas coisas. E uma das minhas preocupações era a minha própria falta de informação suficiente sobre a COVID-19. Decidi começar a ler informações online, mas estava a ficar sobrecarregada com o grande volume de notícias. O meu WhatsApp continuava a zumbir com mensagens reencaminhadas e notas de voz de amigos sobre a COVID-19. Algumas dessas informações eram verdadeiras, mas outras eram claramente falsas. E muitas outras informações, sobre as quais não tinha tanta certeza.
Na mesa redonda, adquiri conhecimentos que posso partilhar com os meus amigos sobre como identificar fontes com informações sobre saúde fiáveis na internet, considerando a fonte, verificando o autor, lendo mais sobre o assunto, verificando a data das notícias e perguntando a especialistas.
Um ponto que se destacou para mim durante a mesa redonda foi como a mudança nos comportamentos social constitui uma grande mudança na luta contra o COVID-19. Como jovens Africanos, precisamos de realmente mudar os nossos comportamentos sociais - lavar as mãos, distanciar-nos socialmente, evitar o abuso do álcool, comer de forma mais saudável e, na verdade, seguir todas as orientações fornecidas pelos nossos especialistas de saúde. Também foi muito útil e fascinante para mim aprender sobre os mitos e factos que envolvem a COVID-19, um tema que foi bem elaborado pelo Drª Christabel Ngwashi, uma médica em início de carreira. Por exemplo, ela disse que comer gengibre ou alho ou beber água quente é definitivamente apenas um mito e não uma cura para a COVID-19.
Como uma jovem Africana a viver em tempos tão estranhos, é muito importante para mim continuar a ser uma líder na minha comunidade, partilhando a informação certa através de blogs, posts nas redes sociais ou simplesmente de boca-a-boca, (é claro, mantendo sempre o distanciamento social). É também muito importante que os meus jovens colegas Africanos que são cientistas possam contribuir para a investigação e desenvolvimento na luta contra a COVID-19 em África. Da mesma forma, os governos em África devem investir em investigação e desenvolvimento para apoiar os jovens cientistas.
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