Conheça Fátima Almeida, a empreendedora que está a revolucionar a inclusão digital e financeira em Angola

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Conheça Fátima Almeida, a empreendedora que está a revolucionar a inclusão digital e financeira em Angola

Licenciada em economia e com talento para os negócios, a empreendedora angolana Fátima Almeida sempre foi apaixonada por contribuir para a digitalização do seu país. Como fundadora da fintech BayQi, pretende agora utilizar a sua plataforma para ajudar a ligar África ao resto do mundo.

Fátima Almeida lançou a BayQi em 2016, inicialmente como uma aplicação de tecnologia financeira e comércio electrónico cujo principal objectivo consistia em facilitar as transacções financeiras em Angola para promover a inclusão financeira em todo o país. Em 2022, a BayQi foi transformada numa fintech completa, e actualmente oferece uma carteira digital, um marketplace, um sistema de pagamento móvel, e funciona como uma conta de pagamento para parceiros comerciais. Recentemente tive o privilégio de a conhecer: aqui está um resumo da nossa conversa inspiradora sobre a revolução da inclusão digital e financeira que ela está actualmente a liderar em Angola.

Que desafios teve de enfrentar enquanto mulher empreendedora quando criou a BayQi?

Começar a BayQi foi um caminho cheio de desafios. Um dos maiores obstáculos foi a falta de uma cultura de comércio electrónico e fintech estabelecida em Angola. Tivemos de educar o mercado, introduzir novas tecnologias e mostrar aos consumidores e parceiros os benefícios da adopção de soluções digitais. O acesso ao financiamento foi outra barreira significativa, e continua a ser até aos dias de hoje.

Como é que a BayQi está a contribuir para a transformação económica e social de Angola?

A nossa contribuição mais significativa para a transformação económica e social de Angola reside na facilitação dos pagamentos digitais e na promoção da inclusão financeira. Por exemplo, temos realizado vários programas em prol da inclusão digital, como as campanhas “Cada Um Ensina Um: Angola + Inclusiva”, que promove a educação financeira digital no país, e ‘Comércio Mais Inclusivo - Bairros Digitais’, que ajuda jovens empreendedores a desenvolverem os seus negócios, disponibilizando-lhes uma plataforma de pagamentos acessível e eficiente. Estamos a criar líderes digitais ao possibilitar o acesso à aplicação financeira da BayQi e ao nosso gateway de pagamentos, permitindo que mais pessoas participem na economia digital de uma forma activa e inovadora.

O que pode dizer sobre os benefícios da BayQi e da equipa por detrás desta plataforma?

A nossa equipa é composta por profissionais que partilham a mesma visão de transformar o sistema de pagamentos em Angola e que têm conhecimento da tecnologia e uma profunda paixão pela inovação. Relativamente aos benefícios, a BayQi apresenta-se como uma carteira digital que pode ser igualmente útil para clientes, empresas e para a economia digital angolana como um todo. Os clientes usufruem de transacções diárias mais rápidas, seguras e convenientes. As empresas têm acesso a uma solução de pagamento eficiente e económica, que ajuda a aumentar a inclusão financeira e a reduzir os custos operacionais. No que diz respeito à economia digital de Angola, a BayQi representa um passo significativo na modernização dos nossos sistemas de pagamento e promove a inovação e o crescimento económico.

Qual é a sua visão sobre o futuro da BayQi e o seu impacto no continente africano?

Pretendemos fazer da BayQi uma referência em soluções de pagamento digital em toda a África, bem como um promotor da inclusão financeira e um pilar do crescimento económico. Desta forma, acreditamos que podemos ter um impacto positivo em toda a região. O nosso objectivo é transformar a BayQi num banco digital e expandi-lo para a comunidade PALOP*, e depois para outras nações africanas. Por exemplo, a nossa estrutura moderna e a utilização da tecnologia blockchain poderiam permitir-nos tornarmo-nos no banco de apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), o que facilitaria o comércio em toda a região. A longo prazo, tencionamos cotar a BayQi numa bolsa de valores nacional e, posteriormente, na NASDAQ ou na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Este será um marco importante para toda a população africana.

Como avalia a posição das mulheres angolanas em cargos estratégicos no mundo corporativo?

Acredito que a formação será sempre fundamental para a evolução de qualquer líder. As mulheres angolanas estão cada vez mais a assumir posições estratégicas, o que é um sinal de progresso. No entanto, ainda há muito trabalho a se fazer para alcançar uma verdadeira igualdade de género no mundo corporativo. Temos de continuar a apoiar e a promover a educação e o desenvolvimento profissional das mulheres para que possam ocupar posições de maior destaque e contribuir ainda mais para o crescimento de Angola.

Como vê o papel dos jovens líderes na transformação de África nos próximos anos?

Os jovens líderes são essenciais para a transformação de África. Trazem energia, novas ideias e uma perspectiva inovadora que são cruciais para o desenvolvimento contínuo do continente. Nesta nova era tecnológica em que a inteligência artificial vai dominar o mundo, é crucial que comecemos a produzir tecnologia local. Os líderes do futuro terão de ser líderes tecnológicos, pelo que é necessário estimular e apoiar financeiramente empresas tecnológicas como a BayQi, para que possam criar laboratórios, capacitar as suas equipas e incentivar jovens com vontade de fazer acontecer. No entanto, para que o futuro digital de Angola se concretize, é necessário que o governo e as maiores empresas do país colaborem e invistam nas nossas tecnologias e mentes, ou seja, em software e hardware locais.

*PALOP: Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, or Portuguese-speaking African Countries


Fátima Almeida

Economista e empresária

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