Para comunidades do interior da Bahia, as chuvas não são mais sinônimo de isolamento

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Rodovia recuperada pelo programa PREMAR 2, na Bahia Rodovia recuperada pelo programa PREMAR 2, na Bahia

Por décadas, os moradores de cidades próximas ao Rio Pinamirim, no Sertão da Bahia, temeram as chuvas. Havia poucas pontes, todas precárias, e muitas pessoas morreram ao tentar atravessá-las. Hoje, a vida está melhor: mesmo quando chove, as pessoas podem ir a outras cidades fazer consultas médicas e voltar no mesmo dia; comprar os produtos que precisam; as crianças não precisam perder dias de aula.

Já no norte do estado, onde vivem os indígenas Tumbalalás, vai longe o tempo em que eles gastavam um dia inteiro para fazer a viagem entre as cidades de Juazeiro e Paulo Afonso. A rodovia BA-210 estava numa situação tão ruim que quase se desmanchava, impedindo o acesso das comunidades ribeirinhas e dos povos indígenas a essas grandes cidades e mercados. Isso resultou em pelo menos dois dias para ir às compras ou resolver tarefas do dia a dia.

Agora, após a recuperação da rodovia, novas cooperativas de cultivo de mangas estão surgindo na região. Além disso, com a estrada reformada, retomou-se parte do turismo entre Petrolina e o Canyon do Rio São Francisco.

As histórias acima refletem a importância de recuperar mais de 3000km de estradas e das mais de 1300 intervenções em estradas rurais realizadas pela segunda fase do Programa de Manutenção e Reabilitação Rodoviária (PREMAR 2) na Bahia, construído com base em lições aprendidas com o programa anterior.

Espalhadas por 64 municípios, elas permitiram melhorar o acesso da população rural a oportunidades e serviços e contaram com um fator importante: incorporaram intervenções em rodovias vicinais, todas escolhidas pelos moradores em consultas públicas.

Recuperação de estradas na Bahia

Melhorando a infraestrutura para salvar vidas

Mas além das melhoras nas estradas vicinais, o programa visou a salvar vidas com programas de segurança viária. Outra meta era melhorar as rodovias, do qual o estado depende para conectar-se com o resto do Brasil. As más condições das estradas acarretavam altos custos logísticos.

Esse ambicioso programa de investimentos em reabilitação e manutenção de rodovias trouxe ainda uma melhora na gestão integrada. Por meio do PREMAR 2, foram criados contratos de longo prazo de construção de estradas e de reabilitação por meio de parcerias público-privadas (PPPs), transferindo os riscos para o setor privado. O modelo prevê que parte da receita seja proveniente de pedágio e o restante pago pelo estado.

Como resultado, o PREMAR 2 superou com folga as metas inicias de alcançar 2.300km (ou 25% da rede rodoviária pavimentada da Bahia) com contratos de manutenção. A modalidade de contratos viabilizada pelo programa permitiu cobrir 4.328km de rodovias – dos quais 3000km foram financiados pelo empréstimo com o Banco Mundial – ou 34% da rede pavimentada total do estado, que é de 12.800km. 

Um exemplo muito comemorado foi uma parceria público-privada (PPP) que apoiou a construção de uma ponte sobre o Rio São Francisco. Com essa ponte, ficaram para trás os dias em que a população ficava horas e horas na fila aguardando por uma balsa, bem como o medo de atravessar o rio caso acontecesse algo durante a travessia, especialmente nos dias de chuva e vento.

Recuperação de estradas na Bahia

Preparando os próximos passos

Dado o papel fundamental que o transporte rodoviário desempenha na economia brasileira, é crucial continuar buscando abordagens eficientes e inovadoras para manter as estradas em boas condições.

O projeto foi considerado altamente relevante, eficiente e eficaz, pois trouxe benefícios em termos de acesso a empregos, saúde, educação e mercados. O sucesso foi tanto que já estamos preparando um novo projeto.

A nova iniciativa, chamada de Programa de Gestão Viária Proativa, Segura e Resiliente na Bahia, visa a fortalecer a conectividade e o acesso em regiões de baixa renda da Bahia, mas também de forma a resistir a eventos climáticos extremos. Além disso, o Banco Mundial continuará a contribuir para a sustentabilidade ambiental e fiscal na gestão da infraestrutura logística do estado, incluindo as rodovias.


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