Por um ano sustentável, inclusivo e resiliente na América Latina e no Caribe

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Mujer mirando paneles solares en Barrio 31, Argentina. Mujer mirando paneles solares en Barrio 31, Argentina. Foto: Banco Mundial

Em 2023, a América Latina e o Caribe têm o grande desafio de promover um crescimento sustentável, inclusivo e resiliente, que possa ser mantido ao longo do tempo, em um contexto atual complexo  de guerra na Ucrânia e persistência das infecções por Covid-19.

As primeiras medidas implementadas na região para apoiar as famílias e empresas vulneráveis durante a pandemia tiveram relativo sucesso, mas são inadequadas.  Após uma retomada de 6,9% em 2021, a economia regional cresceu 3,6% em 2022, e espera-se um crescimento de 1,3% em 2023.

No relatório Atualizações Econômicas Regionais - outubro de 2022 incluímos algumas propostas para estimular esse crescimento que indicam que, para consolidar a recuperação, promover o crescimento e reduzir a pobreza e a desigualdade na região, os países precisam continuar a investir em programas sociais e em infraestrutura.

Fazer esses investimentos em tempos de rigor fiscal, como agora, implica desafios difíceis de resolver.  No entanto, os recursos necessários podem ser obtidos com a simples melhora da eficiência dos gastos públicos.  De fato, o relatório reforça que os países da região podem economizar até 4% do seu produto interno bruto (PIB) ao fazer isso.

Recuperar a educação

Também é imprescindível recuperar a qualidade da educação nos nossos países para os mais de 170 milhões de alunos que foram afetados pelo longo período de fechamento das escolas durante a pandemia. 

Esse é o objetivo estabelecido pela parceria que lançamos em 2022 com a UNESCO, o UNICEF, e o Diálogo Interamericano. O compromisso de recuperar e proteger o aprendizado na América Latina e no Caribe tem o apoio dos presidentes da Argentina, Chile, Equador e Honduras, e seu objetivo é colocar a recuperação da educação com prioridade na agenda pública; recuperar o aprendizado e garantir o bem-estar socioemocional das crianças; além de valorizar, apoiar e capacitar os professores.

Em 2023, queremos ampliar esse apelo a todos os líderes da região, para que os países priorizem a inclusão educacional de todas as nossas crianças e jovens.

Ação climática, vamos liderar a mudança que precisamos

Enquanto você lê este artigo, pessoas no sul da região enfrentam temperaturas extremamente altas, e as que estão mais ao norte resistem a um frio recorde. As consequências das mudanças climáticas já podem ser sentidas intensamente, e as preocupações continuam a aumentar. Quase todo líder da região com quem me encontrei no ano passado me perguntou como poderia obter financiamento verde ou climático para conseguir reduzir suas emissões.

O Banco Mundial dobrou seu financiamento climático.  Também publicamos um documento ambicioso, que chamamos de Roteiro para Ações Climáticas, que traz a visão regional de novas e transformadoras oportunidades para apoiar os países na transição para uma economia de baixo carbono, inclusiva e resiliente.

E não acaba por aqui. Produzimos também novos relatórios-diagnósticos chamados Relatórios sobre o Clima e Desenvolvimento dos Países (CCDRs na sigla em inglês) para a Argentina e o Peru e ainda temos outros em preparação.  Esses relatórios identificam tanto as prioridades de investimentos quanto a lacuna de financiamento climático em cada país.

Embora a América Latina e o Caribe respondam apenas por 8% das emissões globais, a região tem um potencial enorme para investir e aproveitar as oportunidades para liderar a transição para uma economia de baixo carbono. 

Dois exemplos são o Chile, que já traçou uma estratégia que indica que o hidrogênio verde ajudará na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em até 21%,  e a Costa Rica, que está encabeçando os esforços para reduzir as emissões de carbono e foi o primeiro país da região a receber pagamentos do Mecanismo de Parceria de Carbono Florestal do Banco Mundial.

Chegamos ao final de 2022 com a sensação de que o pior da crise causada pela pandemia já tinha passado.  Por um lado, é bem verdade que as economias da região já recuperaram seus níveis pré-pandêmicos, as crianças voltaram às escolas, e a geração de empregos voltou aos níveis pré-crise na maior parte da região.

No entanto, temos que alcançar a recuperação total em 2023, o que nos permitirá atingir nosso objetivo de avançar rumo a sociedades mais justas e mais inclusivas.  Tenho certeza de que o futuro será melhor e que poderemos trabalhar juntos para garantir que a região aproveite as chances para repensar sua trajetória de desenvolvimento e implementar políticas inovadoras que criem oportunidades para todos. Convido vocês a continuar trabalhando em prol de uma região mais sustentável, inclusiva e resiliente neste novo ano.


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