Fatoumata Cisse foi bolseira do Banco Mundial em África em 2023. Falámos com ela para saber como foi a experiência da bolsa.
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O que a motivou a candidatar-se ao Programa de Bolsas de Estudo para África do Banco Mundial? Como é que o programa se alinhou às suas aspirações e interesses profissionais?
Candidatei-me ao programa porque queria levar a minha experiência a uma escala internacional. Vindo tanto do sector privado como do sector académico, era importante para mim ver como as coisas funcionam do lado dos doadores, bem como ter uma visão operacional da aplicação do meu trabalho de investigação. Além disso, eu sabia que, ao participar no programa, teria maior visibilidade sobre as minhas possíveis opções de carreira no Banco Mundial. Teria também mais oportunidades de trabalhar em diferentes projectos operacionais ou de investigação em países em desenvolvimento, o que está perfeitamente de acordo com as minhas aspirações actuais.
Pode partilhar a sua experiência durante o processo de selecção? Quais foram os principais factores que, na sua opinião, contribuíram para a sua selecção como bolseira?
Depois de ter sido seleccionada pelos gestores do programa, o processo avançou muito rapidamente. O meu perfil atraiu a atenção da unidade de avaliação do impacto dos projectos de infraestruturas da IFC. Fui contactada por um dos economistas e discutimos as ligações entre o trabalho da unidade e a minha investigação sobre avaliação de impacto. Além disso, a minha experiência no sector privado (financiamento de empresários em África) também contribuiu para a selecção da minha candidatura. Rapidamente nos entendemos e aceitei a sua proposta, da qual não me arrependi!
Como bolseira, quais foram as principais responsabilidades e tarefas que lhe foram atribuídas durante os seis meses de trabalho? Dê-nos dois exemplos de projectos em que trabalhou que contribuíram para a missão do Banco Mundial de eliminar a pobreza e prosperidade partilhada.
Trabalhei principalmente na avaliação ex-ante do impacto de projectos de infraestruturas no âmbito da IFC, o Quadro de Medição e Monitorização do Impacto Antecipado (AIMM) da IFC. Como economista do AIMM, o nosso papel consiste em identificar e medir os resultados dos projectos sobre as partes interessadas (beneficiários, trabalhadores, fornecedores/distribuidores), o ambiente e a contribuição do mercado. Isto permitiu-me trabalhar em estreita colaboração com as equipas de investimento e medir o impacto destes projectos de grande envergadura nas populações, especialmente nas mais vulneráveis. Em particular, concentrei-me no programa nacional de electrificação na Costa do Marfim, no projecto de acesso à água na Tanzânia e no projecto de electrificação solar no Botswana. O chefe da minha equipa de trabalho envolveu-me verdadeiramente em todas as fases de validação do projecto e deu-me a oportunidade de liderar o projecto do Botswana. Esta autonomia também me foi dada no contexto do trabalho analítico em colaboração com equipas operacionais em vários projectos de dessalinização na África Subsariana.
Que oportunidades significativas surgiram em resultado da sua participação no programa? Existem algumas realizações ou contactos notáveis que atribua a esta experiência?
O programa proporcionou-me várias oportunidades de conhecer a equipa do Banco Mundial que está interessado em conhecer jovens talentos africanos (apesar do seu nível de senioridade), pelo que contactá-los e conhecê-los fornece indicações precisas sobre os actuais e futuros projectos nos departamentos, as próximas rotações de equipa e as direcções de carreira no Banco Mundial. Permitiu-me alargar a minha rede de contactos e aprender mais sobre a instituição a partir do seu interior.
Por exemplo, consegui o meu actual emprego contactando um gestor de programas do departamento de avaliação do impacto do Banco Mundial (DIME). Falámos sobre as minhas missões no âmbito do programa de bolsas, o meu trabalho de investigação e as minhas aspirações de carreira no Banco Mundial, em particular o meu desejo de ter experiência no terreno. O director guardou o meu CV e um dos meus trabalhos de investigação. Alguns meses mais tarde, abriu-se uma vaga na minha área no Rwanda e os gestores do projecto contactaram-me para participar no processo de recrutamento. E agora estou a escrever este texto enquanto trabalho a partir de Kigali!
Para os futuros candidatos, que conselhos lhes daria para serem bem sucedidos durante a sua bolsa? Que lições valiosas aprendeu durante o seu tempo como bolseira?
Seis meses é um período muito curto, por isso, aproveite ao máximo o que o programa tem para oferecer. Apesar da carga de trabalho, que por vezes pode ser intensa, tente divertir-se e aprender o mais possível com as tarefas e experiências dos seus colegas.
Interaja com colegas de diferentes departamentos para alargar as suas perspectivas e aproveite o programa para estabelecer relações com pessoas fora do Banco Mundial (em DC ou nos escritórios nacionais), tais como grupos de reflexão, ONGs, governos, empresas e universidades. Procure oportunidades através de conferências, workshops e eventos pós-trabalho.
Quer ganhar experiência e utilizar o seu talento para ajudar a transformar África como a Fatoumata?
Candidate-se a uma bolsa do Banco Mundial e ganhe experiência prática no domínio do desenvolvimento.
Para ser considerado, deve ser um candidato a doutoramento ou recém-doutorado (no prazo de três anos após a conclusão do doutoramento) da África Subsariana.
As mulheres são incentivadas a candidatarem-se.
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