Blog4Dev 2020: Capacitar as mulheres e raparigas Africanas acabando com o casamento infantil

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Blog4Dev 2020: Empowering Africa?s women and girls by ending child marriage  Blog4Dev 2020: Empowering Africa’s women and girls by ending child marriage

A África Subsaariana tem uma das mais elevadas taxa de casamentos infantis do mundo. Quase quatro em cada 10 raparigas casam todos anos antes de completarem 18 anos, e muitas delas são mães numa idade muito jovem. As raparigas que casam ainda na infância têm uma probabilidade muito maior de abandonarem a escola e de completarem menos anos de escolaridade do que as que casam mais tarde. É também mais provável que tenham filhos em tenra idade, o que afecta adversamente a sua saúde, e a saúde e educação dos seus filhos. Demasiadas raparigas estão a perder a sua infância e o seu futuro.

Mas o casamento infantil não é apenas uma questão moral para mim. Não só atinge as raparigas individualmente, mas também prejudica as comunidades e os países.

O casamento infantil vai custar à região dezenas de milhares de milhões de dólares em rendimentos perdidos e riqueza de capital humano. Leva a elevadas taxas de fertilidade e de crescimento populacional que tem ultrapassado o crescimento económico nos últimos quatro anos. E todos os anos, resulta em mais de três milhões de raparigas que perdem a oportunidade e planearem um futuro produtivo para si mesmas.

Sabemos que manter as raparigas na escola é uma das melhores formas de escaparem ao casamento infantil. Quanto mais anos do ensino secundário terminarem, maior é a probabilidade de se casarem apenas depois dos 18 anos, e menor a probabilidade de terem filhos muito cedo. Com uma educação secundária, as mulheres têm mais probabilidades de trabalhar e ganhar (em média) o dobro do que as que não têm educação.

Também sabemos que os programas de capacitação para as adolescentes, especialmente aqueles que combinam actividades baseados na comunidade, formação em competências para a vida e formação profissional, mudaram a vida das raparigas, criando mulheres saudáveis, educadas e produtivas. Por exemplo, no Uganda, um programa para raparigas e mulheres jovens aumentou em 72% a probabilidade de elas se envolverem em actividades geradoras de rendimentos. O programa também detectou uma queda significativa na fertilidade das adolescentes, casamentos ou coabitação precoce, e na percentagem de raparigas que relatavam ter tido relações sexuais contra a sua vontade.

Os homens desempenham um papel importante na discussão sobre a capacitação das mulheres e raparigas. O Projecto "Sahel Women's Empowerment and Demographic Dividend" (Projecto para a Capacitação das Mulheres do Sahel e o Dividendo Democrático) apoia escolas para maridos e futuro maridos em sete países no Sahel, nos quais os homens se reúnem para discutir diversos tópicos relacionados com o planeamento familiar e a vida familiar.

As raparigas e as mulheres são o futuro de África e precisamos que todos contribuam para o seu fortalecimento, incluindo as jovens Africanas. É por isso que estou entusiasmado pelo facto do concurso Blog4Dev deste ano ter convidado jovens cidadãos Africanos a partilharem as suas ideias sobre como acabar com o casamento infantil nos seus países.

Os bloggers estavam ansiosos em falar sobre este importante tópico; recebemos 2.680 inscrições, o que representa um aumento de 121% de participação em relação ao ano passado. Até agora, identificámos vencedores de 38 países.

Esperávamos dar as boas-vindas a todos os vencedores em Washington, D.C. durante as Reuniões de Primavera do Banco Mundial-Fundo Monetário Internacional, mas devido à pandemia do coronavírus, tivemos de alterar os nossos planos. Temos a intenção de convidá-los no final deste ano, mas entretanto, os vencedores vão ligar-se às equipas do Banco Mundial através de um conjunto de actividades online.

Em nome da Região África do Banco Mundial, felicito todos os vencedores do nosso Blog4Dev! São nossos parceiros valiosos e vozes importantes nos seus respectivos países, e espero ver as suas contribuições nos meses e anos futuros.

Por favor, juntem-se a mim para felicitar os vencedores do #Blog4Dev 2020:

Angola Luyana Canza Fernando
Benim Chanceline Mevowanou (i)
Botsuana Esther Modise (i)
Burkina Faso Samira Ouedraogo (i)
Burundi C. Anaïs Mwizero (f)
Camarões Eliane Mbende (i)
Chade Louange Madiyam (f)
Congo, República do Exaucée Wonga (f)
Costa do Marfim Djeneba Siby (f)
RD Congo Pascal Cirhuza (f)
Suazilândia Setsabile Shiba (i)
Etiópia Robera Haile Hamda (i)
Gabão Orphee Ndomba (f)
Gana Ellen Peprah (i)
Guiné Diariatou Diallo (i)
Guiná Bissau Lizidória Mendes
Quénia A. Fauzia Idle (i)
Lesoto Mantsebeng S. Maepe (i)
Libéria Arthur Weedor (i)
Madagáscar Mamitiana Naharifelantsoa (i)
Malawi C. Brian Kalimbuka (i)
Mali                 Issa Doumbia (f)
Mauritânia Binta Gadio (i)
Moçambique Edmundo Simão
Namíbia Ndakondja Uusiku (i)
Níger B. Adamou Amadou (i)
Nigéria Ebuka Mathais Itumoh (i)
Ruanda Natasha Uwase (i)
Senegal Oumou Kalsoum Diallo (f)
Serra Leoa Samantha Oakes-Howson (i)
Somália A. Bahja Mohamud (i)
África do Sul Dimpho Lekgeu (i)
Sudão do Sul Muon Matai Peter Manuoi (i)
Tanzânia D. Davis Mazula (i)
Togo Assoumanou Nihade (i)
Uganda Sheilla Ayebare (i)
Zâmbia Chiyana Ndonji (i)
Zimbabué Progress Munemo (i)

Autores

Hafez Ghanem

Former World Bank Vice President, Eastern and Southern Africa

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